Durante a minha infância eu tinha duas pessoas que eram referências prá mim e que eram igualmente boas e inspiradoras em sentidos opostos ... meus avós. Por meus pais trabalharem o dia inteiro e minha escola ser na rua de meus avós (eu estudava meio período).... era lá que eu ficava quando não estava na escola. E essa longa estória durou dos meus 2 aos 15 anos (é tempo hein??).
A convivência com eles era muito legal! Minha avó era a SONHADORA e vivia me contando estórias de Machado de Assis e poemas de Carlos Drummond de Andrade. O meu avô era mais pé no chão mas igualmente admirável e dono do coração maior do que o MUNDO inteiro. Há 3 anos que ele se foi e essa data mais um divisor de águas na minha vida. Ele era uma referência em tantos aspectos que só me dei conta mais tarde.
E ouvindo a música "Tendo a Lua" dos Paralamas do Sucesso no rádio, lembrei dos meus dois queridos que se encaixam perfeitamente como Ícaro e Galileu. A estória de Ícaro é do mundo da fantasia (mas faz alusão a muitas coisas do mundo real).... mas uma prova que a poesia pode ter uma relação forte com a realidade, até para suavizá-la um pouco e emprestar tons pastéis!
Ícaro é filho de Dédalo, que fez asas de penas e cera para voar. E Ïcaro foi testar (muito curioso e insolente)... apesar das recomendações paternas, deu mais ouvidos à sua ânsia juvenil de explorar o desconhecido e se aproximou demais do Sol. Com isso, o calor derreteu a cera e acabou se espatifando no mar e morreu.
O físico Galileu Galilei (1564-1642) com telescópios e satélites conseguiu observar o espetáculo real das leis da física que regem o destino trágico do universo: a formação dos primeiros núcleos atômicos e a alteração da luz emitida pelas galáxias à medida que se afastam da Terra. Apesar de todas essas descobertas ainda não sabemos a um acordo sobre a teoria da constituição de grande parte do universo. Galileu descortinou o céu dos namorados e mostrou um céu catastrófico, violento, onde as leis da física são levadas a extremos.
Se eu prefiro o de Ícaro? Nem tanto, acho que dá prá mesclar um pouco dos dois... porque ninguém é intrépido todo o tempo e também precisamos da razão e do bom senso prá nos trazer para a vida real... mas que também pode usar um pouco de romantismo para suavizar a realidade. Não que isso vá mudar o fato mas que nos faz sentir melhor e mais inspirados... e porque não dizer ... com mais disposição para modificar até a mais dura realidade!
Uma quarta feira estrelada mesmo com muito sol e céu azul!
Beijos
Renata
Oi Renata!
ResponderExcluirO título me chamou a atenção, mas não foi pela música do Paralamas e sim uma um pouco mais antiga do Robertinho do Recife que tem esse mesmo trecho.
No meu entender, devemos mesmo equilibrar sonho e realidade. Algo como cabeça nas nuvens mas com os pés no chão.
Beijos, Renata
palpitandoemtudo